Seletividade Alimentar em crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA)

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é caracterizado por déficits de interação social, comunicação e padrões de comportamentos repetitivos e estereotipados. Com o aumento da prevalência de pessoas autistas (1 em cada 30 crianças e adolescentes) a parte alimentar afetada pelo autismo tem se mostrado presente em grande parte dessa população. A seletividade alimentar é um problema com impacto significativo na vida de aproximadamente 80% das crianças autistas, assim como de suas famílias.

Causas da Seletividade Alimentar em pessoas com TEA

A seletividade alimentar pode ter diversas causas, mas nessa população em específica está mais relacionada com a disfunção sensorial, alterando o desenvolvimento de atividades básicas – como alimentação, higiene, vestuário e atividades do cotidiano), atividades motoras (andar, pular, correr e brincar) e comunicação social (fala) – pois a pessoa recebe muito estímulo (hipersensibilidade) ou pouco estímulo (hiposensibilidade), fazendo com que a experiência da pessoa com aquele estímulo seja perturbadora, impactando no desenvolvimento das atividades diárias.

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O que é Seletividade Alimentar

A seletividade alimentar engloba diversos significados, uma vez que não tem um conceito definido: recusa alimentar, repertório alimentar restrito, exclusão de um ou mais grupos de alimentos. 

Algo importante de se observar é que a seletividade alimentar parece não estar relacionada com a falta de apetite, ou seja, não adianta deixar a criança sem comer e deixar ela ficar com fome para que ela coma os alimentos que ela não aceita.

Como tratar a Seletividade Alimentar

O tratamento dessa condição leva tempo, uma vez que é feita de acordo com a aceitação e rigidez do comportamento da criança. Além disso, é uma condição que é necessária a intervenção multidisciplinar (nutricionista, fonoaudióloga e terapeuta ocupacional). 

A nutricionista utiliza muito a terapia alimentar para a introdução de novos alimentos e o reconhecimento deles, utilizando de preparações diferenciadas e intervenções lúdicas.

A autora do texto é a nutricionista Gabriela Pacheco Ferreira. Para maiores informações sobre seletividade alimentar, agende uma consulta com uma nutricionista. Para conhecer os profissionais de nutrição que atendem na Infinity, visite a lista de profissionais aqui.

Referências:

  • LI, Qian et al. Prevalence of autism spectrum disorder among children and adolescents in the UnitedStates from 2019 to 2020. JAMA pediatrics, v. 176, n. 9, p. 943-945, 2022.
  • TOMCHEK, Scott D.; DUNN, Winnie. Sensory processing in children with and without autism: a comparative study using the short sensory profile. The American journal of occupational therapy, v. 61, n. 2, p. 190-200, 2007.
  • CASTRO, Kamila et al. Validation of the Brief Autism Mealtime Behavior Inventory (BAMBI) Questionnaire. Journal of autism and developmental disorders, v. 49, p. 2536-2544, 2019.

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